Há 1 ano começou a maior luta da educação!

Foi há 1 ano que a mobilização nas escolas começou a mudar, com a greve por tempo indeterminado com início a 9 dezembro de 2022 dinamizada pelo mais jovem sindicato na área da Educação.

Após um ano de luta sem precedentes na Escola Pública, onde pela primeira vez as principais decisões da luta foram decididas democraticamente por quem trabalha nas escolas (e não por meia dúzia de dirigentes), onde pela primeira se uniu TODOS os Profissionais da Educação PE (docentes e não docentes) na defesa de uma Escola Pública de qualidade para todos os que lá trabalham e estudam, é indiscutível que o S.TO.P. foi (e é) indispensável para o surgimento da maior luta de sempre na Educação em Portugal.

A LUTAR TAMBÉM ESTAMOS A ENSINAR

Esta luta tem sido uma grande lição de cidadania, com impacto em Portugal (influenciando outros setores profissionais a lutar de forma inédita) e também no estrangeiro (influenciando outros profissionais da educação a lutar em vários países na Europa), obrigando inclusive Bruxelas a falar com o Presidente da República.

Esta luta assustou (e assusta) de forma sem precedentes os vários poderes e por isso, desde o início, o S.TO.P. é claramente um “alvo a abater”. Hoje, após intensos ataques e calúnias de quem pretende voltar às lutas rotineiras/tradicionais das últimas décadas (para tranquilidade dos poderes instalados), se é verdade que não logramos todas as reivindicações, também é verdade que não ficámos na mesma situação.

Deixamos de estar numa luta passiva/defensiva de não perder direitos, para uma ofensiva de tentar recuperar direitos. Desta luta, sem precedentes de milhares de PE unidos nas escolas e na rua, podemos resumidamente, afirmar que:

1. Obrigou o ME a recuar na sua intenção de passar a contratação/seleção de professores para um conselho intermunicipal de diretores com base em perfis;

2. Permitiu ganhar pela primeira vez a simpatia/solidariedade da maioria da sociedade relativamente às reivindicações dos PE e da nossa luta. Apesar do incómodo das greves, todos os estudo de opinião revelam que a maioria da sociedade portuguesa compreende e está solidário com a nossa luta;

3. Obrigou a falar-se como nunca antes dos profissionais não docentes nas escolas em particular (mas não só) nos Assistentes Operacionais (A.O.) que apesar da sua função essencial nas escolas continuam a receber salários de miséria e a estarem sobrecarregados mesmo após 10, 20 ou mesmo 35 anos de serviço. Até o programa mais visto do país falou da carreira indigna dos A.O. e uma colega A.O. chegou a ser capa de uma revista a falar sobre a Educação;

4. Obrigou o ME avançar com o “acelerador de carreiras” que apesar de ser claramente insuficiente (e com o objetivo de “dividir para reinar”) é algo que representa uma despesa de vários milhões de euros;

5. Obrigou o ME à vinculação de milhares de professores ainda que de forma não satisfatória;

6. Obrigou o ME a colocar a vinculação dos técnicos especializados em cima da mesa;

7. Obrigou vários poderes a “desenterrar” a questão do tempo de serviço. Como é público, antes desta luta começar o Primeiro Ministro António Costa dizia abertamente que o tempo de serviço docente era um “não assunto” e que essa questão estaria “enterrada” e na altura sem qualquer oposição dos grandes partidos. Hoje, os principais candidatos a primeiro ministro, dizem defender a contagem integral do tempo de serviço…

Tudo isto, apesar de insuficiente, nunca poderia ter sido possível sem esta grandiosa luta dos PE.

Como ficou evidente, nas últimas semanas em reuniões sindicais do S.TO.P. muito participadas e na concentração à frente do parlamento no dia da votação final do Orçamento de Estado, venha quem vier para o próximo governo, se não investir a sério na Escola Pública e na valorização/dignificação de todos os que lá trabalham e estudam, a luta continuará: NÃO PARAMOS!

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